Anistia: Lula diz ser favorável à redução de penas para 8 de Janeiro
Breno Esaki / Metrópoles
Na esteira da discussão sobre a anistia aos condenados por tentativa de golpe de Estado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou ser favorável à redução de penas aos envolvidos com o 8 de Janeiro. A sinalização aconteceu nesta quarta-feira (17/9) durante um almoço com a bancada do PDT no Congresso, realizado no Palácio do Alvorada.
Enquanto isso, a Câmara avalia se vota a urgência da anistia ainda hoje. Diferentemente do defendido por Lula, a bancada de oposição quer aprovar um texto que livre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de cumprir pena. Caso o requerimento seja aprovado, o projeto poderá ser analisado diretamente em plenário, sem passar pelas comissões da Casa.
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) condenou, na última quinta-feira (11/9), o ex-presidente Jair Bolsonaro e aliados por crimes como organização criminosa e tentativa de golpe de Estado. Foi a primeira vez que um ex-chefe de governo brasileiro recebeu condenação por crimes contra a democracia. Ele foi condenado a 27 anos e 3 meses de prisão pela trama golpista.
Nesse sentido, ainda não sabe-se qual versão da anistia será de fato votada. Uma parte da base governista diz ser totalmente contra qualquer tipo de benefício, mas uma ala da esquerda e do Centrão quer aprovar uma "versão light" da proposta, com perdão ou redução de penas apenas para quem não teve participação no planejamento ou financiamento da suposta tentativa de golpe. A oposição quer uma anistia "ampla geral e irrestrita".
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), reúne ainda nesta quarta os líderes partidários. A partir do encontro, ele deve decidir um relator para a proposta, o que definirá que tipo de anistia ou redução de penas será votada. Há consenso para pautar o regime de urgência sem clareza sobre o mérito, para depois definir qual parecer será votado.
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