Ameaçado e desunido

Pode parecer impossível um problema ainda pior que o fogo destruindo nossas florestas e a fumaça das queimadas causando doenças, mas tão deprimentes quanto o fogo e as fumaça é a sensação de derrota do governo e da sociedade diante do aumento dessas ocorrências. Tem-se a impressão de que o crime e a pobreza são invencíveis.

Os cidadãos elegem representantes e dirigentes em três níveis de poder - municipal, estadual e federal -, têm câmaras municipais, assembleias legislativas e duas casas no Congresso Nacional além das instâncias do Poder Judiciário. Mesmo com toda essa enorme e cara máquina estatal, cidadãos/eleitores não conseguem a redução dos fatores que atacam todas as vidas - humanas, flora e fauna. Melhoram muito lentamente os índices de desmatamento, mas pioram velozmente outros indicadores.

O Observatório do Clima divulgou estudo apontando que o Brasil precisa reduzir em 92% as emissões de gases do efeito estufa até 2035, a fim de limitar em 1,5°C o aquecimento global. É uma tarefa imensa, que não pode ficar de lado enquanto candidatos bons de conversa e ruins de prática brigam e se agridem recorrendo a calúnias, truques midiáticos e fake news para engabelar eleitores, cuja insatisfação tende a crescer na mesma velocidade dos incêndios. Não é possível um país em paz viver como se estivesse em guerra, ameaçado e desunido.

Jogo de estratégia

O que os chapas brancas mandaram divulgar, que é jogo sujo, apelação, falta de criatividade, imitação de outras peças publicitárias da candidata Euma Tourinho (MDB), eu classifico de um baita jogo de estratégia. Nesta campanha insipida, tudo se encaminhando para um segundo turno entre Mariana Carvalho e Leo Moraes, ela precisando entrar na jogada com urgência para a reta final, precisava fazer alguma coisa. O que fazer então? buscar polarização com Mariana, se mostrar mais oposicionista que Leo Moraes, chamar a já taxada candidata de fujona, Mariana, para os debates, buscar o voto útil.

As tocaias

Mariana ainda não disse se vai ou não vai nos debates. Ainda avalia a decisão com seu comando de campanha, mas está cada vez mais claro que não vai comparecer, para não arriscar ser alvo de "tocaias" dos enfurecidos postulantes da oposição, alguns até com mais qualidades para os confrontos. Ela acredita que ganha em primeiro turno e não pode se arriscar cair numa emboscada oposicionista. Catimbar o jogo é preciso, ganhar tempo é prioridade, bem como escapar das ciladas oposicionistas na reta final. É incomodo ser taxada de fujona, mas pior seria ser estraçalhada na arena dos debates pelos leões oposicionistas.

Crime organizado

Não de hoje que o crime organizado se infiltra na política. Nas eleições 2024, todo cuidado é pouco. É preciso que a população rondoniense eleja representantes as prefeituras e Câmaras Municipais comprometidas com a população. As organizações ligadas ao tráfico de drogas, a lavagem de dinheiro a invasão e grilagem de terras nos parques nacionais, aldeias indígenas, a extração do ouro ilegal, estão lançando candidatos em todo o estado bancando campanhas e depois vão cobrar com juros e correção monetária os financiamentos proporcionados.

Ações criminosas

As facções criminosas concluíram que se pode se ganhar mais através de negociatas com prefeitos e vereadores do que com o tráfico de drogas. E as penalidades sobre propinas são bem menores do que a do tráfico de drogas. Eles já começam os mandatos eletivos mandando seus representantes encurralar prefeitos com pedidos de impeachments. Arrumam paus mandados para iniciar os processos e os alcaides para não perderem os mandatos acabam se ajoelhando com contratos indicados pelo crime organizado, rachadinhas, nomeações para cargos comissionados, etc,etc.

Para inglês ver

Num pais onde apenados corruptos condenados a 400 anos, em pouco tempo estão soltos em suas residências, cumprindo pena com tornozeleira, onde existe a soltura em profusão de grandes traficantes pela justiça, temos casos rondonienses de políticos filmados recebendo propinas, se elegendo deputado estadual (caso de Lebrinha) e federal (caso de Lebrão). Os criminosos e os políticos fazem as contas: vale a pena roubar, receber propinas, celebrar contratos danosos. Figurões políticos condenados catimbam o jogo para serem liberados com o critério de prescrição de penas.

Sem punição?

Estes institutos de pesquisas que desenvolvem sondagens eleitorais sob encomenda dos políticos com resultados contendo enorme disparidade entre eles não deveriam ser punidos pela justiça eleitora por tentar ludibriar o eleitor? Os abusos estão sendo constatados desde agora, imaginem nas últimas semanas de campanha? Impressiona como nossos políticos não aprendem as lições emanadas das eleições anteriores. Eleições em Porto Velho se decidem nos últimos dias de campanha e tudo, de preferência, em segundo turno. Enquanto isto, divirtam-se com a guerra das pesquisas.

Socorro chegou

Fraquejando nos últimos pleitos em Rondônia, os petistas apelaram para o presidente Luís Inácio Lula da Silva entrasse na peleja dos candidatos a vereança. Se haverá gratidão pelo que Lula e Dilma fizeram, despejando bilhões no estado em obras importantes de infraestrutura foram feitas - são outros quinhentos. Rondônia tem se revelado um estado conservador, mas o PT já conseguiu eleger prefeitos, deputados estaduais e federais e até uma senadora, mas atualmente está em recuperação. Quer se revitalizar elegendo uma bancada de vereadores na capital.

Via Direta

*** Importante o alerta da deputada Ieda Chaves (União Brasil) sobre o aumento dos casos de suicídios em Rondônia. Infelizmente os casos de feminicidios também tem aumentado *** O município de Santana, cidade portuária do Amapá, chegou ao topo no ranking da violência na Amazônia. Recomenda-se aos caras-pálidas rondonienses, que passem longe de lá *** Mas, cadê o estádio prometido pelo governador Marcos Rocha e pela deputada Cristiane Lopes? Não falaram mais nada a respeito *** Muitos deputados estaduais e federais estão lançando filhos, esposas, pais, irmãos na disputa a vereança na capital buscando ampliar as mamatas nas tetas públicas.