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Aos poucos as coisas voltam a normalidade em Rondônia, depois de uma seca histórica

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Nada a esperar

Quando Joe Biden se elegeu, derrotando Donald Trump, havia a certeza de que ele poderia ser benéfico para uma Amazônia protegida, a julgar pelos compromissos assumidos com o meio ambiente planetário e pela mentalidade do Partido Democrata americano, de se meter nos assuntos de todos os países, ou por acordos ou por espionagem. O que se viu foram discursos melosos, mas recursos escassos. Só agora, às vésperas de pôr o pijama, Biden veio ao Brasil, já com a certeza de que tudo que prometer e os recursos que destinar serão da boca pra fora.

Com a reeleição trilionária de Trump, os arautos do Apocalipse afirmam que seu governo será pior para a Amazônia por ele ser um negacionista do clima e pela mentalidade do Partido Republicano de privilegiar os assuntos internos de seu país. Na verdade, só mentalidades vira-latas podem acreditar, depois de meio milênio de história, que lamber as botas de qualquer presidente dos EUA será melhor para o Brasil.

Só vai pôr dinheiro no Brasil quem tiver ganhos maiores em perspectiva, não pela cor dos nossos olhos miscigenados. Trump, de fato, não está interessado em salvar mundo algum e mira exclusivamente seus próprios interesses. Nada muito diferente de Biden, que destruiu a Ucrânia para proteger os negócios de um filho naquele país. O Brasil só será melhor se agir com soberania e independência. Nenhum figurão do Norte virá nos salvar.

Personagens vivas

Restam poucas personagens históricas ainda vivas em Rondônia e uma delas é o ex-deputado federal e ex-vice-governador Assis Canuto, afastado das lides políticas a quase uma década. Ele teve grande influência ao lançar projetos de colonização, na criação de pelo menos 40 dos 52 municípios do estado nos anos 70. Por este motivo já recebeu o título de cidadão honorário do estado e de pelo menos mais três municípios, entre eles, o último, ocorrido na Câmara Municipal de Cacoal. Justa homenagem ao criador dos Projetos Integrados de Colonização. Todos eles se transformaram em municípios.

Os piratas

Aos poucos as coisas estão voltando a normalidade em Rondônia, depois de uma seca histórica causando graves prejuízos a economia do estado. O Rio Madeira subindo, o porto oficial voltando a operar depois de dois meses paralisado, a hidrovia do Madeira já reabrindo para as exportações de grãos, carne, minério etc. Na volta à normalidade a preocupação são com os piratas do Madeira intensificando suas ações em vários segmentos de atividades. Seja em assaltos as embarcações de passageiros, as barcaças de cargas, ao roubo de combustíveis, a intrusão nos garimpos de ouro ilegais onde também disputam o mercado do tráfico de drogas.

O pires na mão

Com orçamentos comprometidos com a folha salarial, a saúde e educação, os prefeitos eleitos não têm margem para grandes realizações em Rondônia. Seja Leo Moraes, em Porto Velho, Afonso da Mabel em Ji-Paraná, Adailton Fúria em Cacoal, se verão obrigados a correr o pires na mão em busca de recursos de emendas parlamentares dos deputados estaduais, federais e senadores. Hildon Chaves soube bem explorar este filão com os congressistas e grandes obras suas são oriundas destas modalidades de recursos recebendo verbas até de adversários. Veremos como esta nova geração de alcaides se comporta neste sentido.

Boas relações

Os prefeitos eleitos também precisam contar com bom relacionamento nas esferas estaduais federais, no caso o governador e o presidente da Assembleia Legislativa e com a União, no caso com o governo Lula. Temos casos de rivalidades tribais entre prefeitos e governadores em Rondônia, onde os prefeitos se lascaram. Tomás Correia foi asfixiado por Jeronimo Santana, que como uma sucuri, aplicou seu laço. O que dizer de Piana, sufocando José Guedes? Prefeitos como Chiiquilito (em Porto Velho), Bianco (em Ji-Paraná), Divino Cardoso (em Cacoal), Melki em Vilhena e Amorim em Ariquemes conseguiram equilibrar seus relacionamentos com o estado e a união e tiveram grandes resultados em suas gestões.

Via Direta

Os transtornos dos passageiros rondonienses estão se multiplicando: voos com atrasos, tarifas com preços abusivos, filas intermináveis nos balcões de atendimento nos aeroportos. Pobres passageiros rondonienses. Terão um final de ano sofrido nas mãos das empresas aéreas.

Carlos Sperança

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