Raro e bom consenso
O pior da polarização é a falta de juízo de quem só abre a boca para gritar suas certezas enquanto tapa os ouvidos para não ouvir argumentos em contrário. Considerando que os rancorosos precisam até vários anos de terapia psiquiátrica para se acalmar das obsessões, talvez seja precipitado cravar que a polarização eleitoral possa ter acabado com o avanço do projeto de lei dos bioinsumos no Senado, depois de receber elogios das lideranças do agro e de ambientalistas, grupos em geral opostos.
A polarização gerou um doentio projeto de golpe de Estado envolvendo assassinatos e guerra civil, derivados da ideia fixa sem mínimas provas de que teria havido fraude nas eleições, fiscalizadas por todos os partidos. A trama põe em dúvida a sanidade mental de quem engendrou os planos mirabolantes do golpe, que as autoridades militares desautorizaram.
Depois da desmoralização da trama e do consenso em torno do PL dos insumos é possível que a normalidade dos debates tenha vencido. Não há nada mais irritante para o público e desmoralizante para os contendores que gritarias e ofensas trocadas entre parlamentares, que deveriam ser os mais lúcidos e esclarecidos patriotas. Os bioinsumos são parte fundamental da bioeconomia, um dos eixos da projeção do Brasil para um futuro importante no contexto mundial. O consenso em torno deles atesta juízo e bom senso entre os senadores.
Bola para frente
Recuperada da inesperada derrota para Leo Moraes nas eleições municipais recentes, a ex-deputada federal Mariana Carvalho (União Brasil) já está pronta para outra. Foi vista nos últimos dias perambulando pelo parque da cidade sendo muito bem recepcionada pelos visitantes, abraçada e confortada. Sorridente, sinaliza que já está em campanha de novo. Não se sabe se será a Câmara dos Deputados ou ao Senado. Acredita-se que trocará de partido, retornando ao PSDB onde estará segura para as próximas pelejas, já que o União Brasil é povoado de traíras.
Minha impressão
Os primeiros movimentos entre os tucanos, ao meio das especulações vigentes, é lançar o atual prefeito Hildon Chaves e o deputado federal Mauricio Carvalho como puxadores de votos para a legenda tucana para a Câmara dos Deputados e Mariana Carvalho ao Senado, conforme o que circula na aldeia. É claro que Hildão já deve ter percebido que não tinha e não tem 90 por cento de popularidade como acreditava, mas ele segue firme como a grande liderança política da capital, em confrontos diretos é considerado imbatível na capital.
Limpando a pauta
Estão chegando as sessões extraordinárias de final de ano para limpar a pauta de vez na Assembleia Legislativa de Rondônia e o início do recesso de final de ano. Com os servidores felizes com o abono natalino, os deputados estaduais já se preparando para suas viagens, todos comemoram um ano produtivo na Casa de Leis. Também o governador Marcos Rocha (União Brasil) comemora a parceria com os parlamentares já que por lá não tem oposição e conta com a colaboração dos deputados para aprovar seus projetos emanados do Poder Executivo.
Tráfico de pessoas
Nos últimos anos o tráfico de pessoas tem aumentado nos aeroportos do País e inclusive no maior deles, em Guarulhos, onde reina a bagunça, sumiço de bagagens e a desinformação. Para combater este crime a Câmara dos Deputados aprovou projeto de lei criando o Programa Voo para a Liberdade que pretende combater o tráfico de pessoas em aeronaves nos aeroportos do País. Em Porto Velho, no ano passado tivemos denúncias sobre a cooptação de garotas de programas da região de Rondônia para prostíbulos de luxo para Portugal e na Espanha.
Grande peleja
Alguns deputados federais de Rondônia já devem estar com a barba de molho. A bancada é fraca, os parlamentares são inoperantes e os predadores são fortes. Temos nomes vitaminados já cogitados, seja em Vilhena com a volta de Natan Donadon, em Ji-Paraná com a possibilidade do deputado estadual Laerte Gomes encarar a disputa, em Ariquemes com o campeão de votos Rafael Fera, em Porto Velho se falando muito na opção do prefeito Hildon Chaves (PSDB) entrar nesta parada, Luana Rocha, esposa do atual governador Marcos Rocha, o ex-prefeito Roberto Sobrinho, o ex-senador Amir Lando. Enfim, temos predadores por todos os lados e é justo trocar os deputados desta bancada federal ineficiente.
Bolsonarismo rachado
O bolsonarismo cresceu tanto que se criaram tantas alas e sub-alas, nos estados - Rondônia é um dos casos - que já existem rachas até na família do mito Jair Bolsonaro. Na própria família, existem dois candidatos presidenciais, caso Bolsonaro não consiga se livrar das amarras da justiça: a esposa Michele e o filho Eduardo Bolsonaro. Em Rondônia, o divisionismo existente é entre o grupo político do governador Marcos Rocha e da ala liderado pelo senador Marcos Rogério. Neste último caso, tem mais um desencontro: Rogério e Bagatolli disputando a primazia no partido para disputar o CPA em 2026.
Câmara dos Deputados
O PT rondoniense estuda reforçar sua nominata de candidatos a Câmara dos Deputados nas eleições de 2026. Um nome é considerado certo, da ex-senadora Fatima Cleide, muito bem votada nas eleições passadas, outro nome, com passagens pelo Congresso, é do ex-deputado federal Anselmo de Jesus, que é pai da deputada estadual Claudia de Jesus, com grande atuação na Assembleia Legislativa do estado. O PT, no passado, já foi forte em Cacoal e Ouro Preto do Oeste, de onde podem vir outros nomes para a peleja pelo partido de Lula.
Via Direta
*** No Senado foi retirado da pauta o projeto que libera o funcionamento e a legalização dos bingos e cassinos. Os municípios turísticos apostavam na legalização como aposta em suas economias *** É temporada de leilões de moveis na Caixa Econômica e demais instituições bancárias: é uma baita. Muitos que compraram imóveis leiloados caçaram problemas para a cabeça até os dias de hoje ***Existem casos até de leilões serem revertidos pela justiça e o comprador se ferrando até o talo *** No Congresso, o MDB reconduziu o senador Eduardo Braga (AM) para o cargo de líder do partido com aval dos raposões da legenda, como Renan Filho e cia.
Carlos Sperança