Presa injustamente por 6 anos, jovem morre de câncer 2 meses após absolvição
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A catarinense Damaris Vitória Kremer da Rosa, 26, presa injustamente por 6 anos, morreu apenas dois meses após ser absolvida. Ela não resistiu às complicações de um câncer no colo do útero, diagnosticado ainda durante o período em que esteve detida. O sepultamento ocorreu na última segunda-feira (27), em Araranguá (SC).
Conforme os registros da Secretaria de Sistemas Penal e Socioeducativo, Damaris foi presa em agosto de 2019, acusada de envolvimento no assassinato de Daniel Gomes Soveral, ocorrido no ano anterior, em Salto do Jacuí (RS).
O Ministério Público alegava que ela teria ajudado a atrair a vítima ao local do crime, mas a defesa sempre negou qualquer participação, sustentando que ela apenas relatou a um amigo ter sido violentada por Daniel e que ele teria agido por conta própria ao cometer o homicídio.
Conforme o MP, outras duas pessoas tiveram envolvimento na morte: Henrique Kauê Gollmann e Wellington Pereira Viana. Henrique teria efetuado o disparo que matou Daniel, e Wellington "concorreu para a prática do fato ao ajustar e auxiliar na organização do homicídio". Henrique foi condenado pela morte. Wellington foi absolvido das acusações.
Ao longo do processo, foram protocolados pedidos de revogação da prisão de Damaris, que receberam pareceres negativos do Ministério Público e foram indeferidos pela Justiça. Ela relatava problemas de saúde, como sangramento vaginal e dor na região do ventre.
Somente em março de 2025, com o agravamento de seu estado de saúde, a prisão foi convertida em domiciliar, com uso de tornozeleira eletrônica.
Em agosto, o júri absolveu Damaris por falta de provas, reconhecendo que ela não teve participação no crime. Setenta e quatro dias depois, ela morreu em consequência do câncer.
				
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