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Em Ji-Paraná, a infância se esvai em meio a um mar de automutilação e abusos sexuais. A cada dia, o 1º Conselho Tutelar se depara com casos cada vez mais chocantes, revelando a fragilidade de uma geração que luta contra os próprios demônios. Os números são alarmantes: nos primeiros quatro meses do ano, 40 casos de automutilação entre estudantes de apenas uma escola chegaram ao conhecimento do conselho. Entre as vítimas, uma jovem que utilizou a tampa de uma caneta para se ferir.
A dor física se entrelaça com o sofrimento psíquico, expondo as feridas invisíveis de uma sociedade que falha em proteger seus filhos. A violência sexual também assombra a vida de muitos jovens, como a adolescente abusada pelo padrasto, mesmo com medida protetiva em vigor. A impotência da mãe, que não acredita na culpa do companheiro, apenas reforça a complexa teia de relações que perpetuam o abuso.
O Centro de Atenção Psicossocial (Caps), sobrecarregado com a demanda, luta para oferecer o suporte necessário às vítimas. Mas a responsabilidade não pode recair apenas sobre essa instituição. É preciso um engajamento coletivo para combater essa epidemia de sofrimento.
Famílias, escolas e toda a comunidade precisam estar alertas, atentos aos sinais de sofrimento que muitas vezes se escondem sob a máscara da normalidade. A observação cuidadosa do comportamento dos jovens, a escuta atenta e a busca por ajuda profissional são ferramentas essenciais para prevenir tragédias.
O Conselho Tutelar, como guardião dos direitos das crianças e adolescentes, clama por medidas urgentes. É preciso investir em políticas públicas que combatam a violência contra a infância, promovendo a educação, o acompanhamento psicológico e a criação de um ambiente seguro e acolhedor para todos.
A infância não pode ser roubada. É preciso agir agora, com firmeza e determinação, para construir um futuro onde as crianças e adolescentes possam florescer em paz, livres da dor e do medo. A responsabilidade é de todos nós.
A violência contra a infância é um crime hediondo que exige respostas contundentes. As autoridades precisam agir com rigor, punindo os responsáveis e garantindo a proteção das vítimas. Campanhas de conscientização devem ser intensificadas, sensibilizando a população sobre a importância de denunciar qualquer tipo de abuso.
A sociedade precisa se unir nesse combate. É necessário romper o silêncio, questionar as desigualdades e construir uma rede de apoio para as crianças e adolescentes. A infância é um direito inalienável, e defendê-la é um dever de todos nós.