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Na contagem regressiva para a COP30, que será realizada em novembro deste ano em Belém (PA), a Presidência da conferência anunciou, na última sexta-feira (11), a criação de quatro círculos de liderança para impulsionar temas estratégicos no combate às mudanças climáticas. A iniciativa, liderada pelo embaixador André Corrêa do Lago, visa transformar a COP30 em um marco de mobilização global além das tradicionais negociações diplomáticas.
Os círculos temáticos, focados em financiamento climático, povos e comunidades tradicionais e indígenas, governança climática e mobilização global, vão atuar de forma paralela e independente às negociações formais da COP. A ideia é antecipar propostas e construir soluções concretas para acelerar a implementação do Acordo de Paris.
Entre os nomes à frente dos grupos estão figuras de peso no cenário nacional e internacional. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comandará o Círculo de Ministros de Finanças, que irá trabalhar no chamado "Mapa do Caminho Baku-Belém", com o objetivo de mobilizar 1,3 trilhão de dólares por ano até 2035 para o financiamento climático em países em desenvolvimento.
A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, liderará o Círculo de Povos, voltado a ampliar a participação de comunidades tradicionais, indígenas e afrodescendentes na construção de soluções climáticas. O grupo buscará garantir que os saberes ancestrais estejam presentes de forma ativa nas discussões da conferência.
Outro grupo, o Círculo de Presidentes, será comandado por Laurent Fabius, ex-ministro francês que presidiu a histórica COP21, em 2015, quando foi firmado o Acordo de Paris. O círculo reunirá os líderes das últimas dez edições da COP e terá como missão reforçar a governança climática global e acompanhar a execução dos compromissos já assumidos.
Em paralelo, o presidente Lula e o secretário-geral da ONU, António Guterres, anunciaram a condução do Balanço Ético Global, uma iniciativa inédita de escuta e mobilização que reunirá lideranças políticas, culturais, religiosas, indígenas e empresariais ao redor do mundo, especialmente em regiões sob risco climático extremo. As contribuições, que poderão ser artísticas, poéticas ou em formato documental, serão levadas à COP30 como forma de engajamento da sociedade civil.
Com essa estrutura inédita de governança paralela, a COP30 se desenha como um evento de transformação, que pretende marcar uma nova era na diplomacia ambiental, menos burocrática, mais inclusiva e com ações concretas para garantir um futuro climático justo e sustentável.
Karol Santos - Portal SGC