Colunas | Carlos Sperança

Ainda existem algumas indefinições em Porto Velho com relação às eleições de outubro

Confira a coluna


Surpresas eleitorais

Depois de décadas de avisos da "esquerda" ambientalista de que o descuido com a natureza levaria ao caos climático, seu prêmio foi ter a extrema-direita, onde estão os mais declarados destruidores do meio ambiente, vitoriosa nas eleições francesas.

Que fenômeno levou os verdes e associados, com seu discurso comprovado pela realidade, amargar uma derrota tão flagrante nas urnas, a ponto de ter que retirar seus candidatos da disputa para fortalecer o centro do também fracassado presidente Emmanuel Macron? Enquanto análises geniais não explicarem o que aconteceu, resta continuar fazendo perguntas assustadas.

Os verdes estavam certos: a Plataforma Intergovernamental de Políticas Científicas sobre a Biodiversidade concluiu que um milhão de espécies de plantas e animais correm risco de extinção. O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas revelou que a temperatura global subiu 1,2°C, resultando em eventos climáticos extremos: tempestades, calor, secas e incêndios, piorando a perda de biodiversidade.

Será que a derrota os pegou no contrapé por ter conquistado milhares de cargos na política tradicional sem converterem seus avisos em práticas corretivas? O eleitor achou melhor deixá-los na oposição, onde sabem fazer denúncias com qualidade. Talvez o problema oculto seja que a política e as eleições, como elas são feitas, pouco ou nada resolvem para mudar a realidade de fato.

Ultimas definições

A poucos dias das convenções partidárias que vão decidir as candidaturas a prefeitos, vices e vereadores em Porto Velho, ainda existem algumas indefinições no cenário da eleição de outubro. Depois das desistências de Fatima Cleide (PT), Marcelo Cruz (PRTB), do recuo de Fernando Máximo barrado no baile do União Brasil, a formação da coalizão envolvendo o PDT de Celio Lopes com os partidos da federação Brasil Esperança (PT, PC do B e Partido Verde), ainda não foram anunciadas as posições do deputado federal Fernando Máximo, que já perdoou o que considerava traição do União Brasil e de Vinicius Miguel (PSB).

As situações

Do lado de Fernando Máximo, o que se sabe, é que já teria se acertado com o clã Carvalho para apoiar Mariana. Aguarda-se o anuncio do acordo, não se sabendo se seria um apoio direto a postulante do União Brasil, ou referendando um outro candidato em condições de tirar votos do principal rival da candidatura de Mariana que é Leo Moraes (Podemos). No caso de Vinicius Miguel (PSB) o que se vê é que o socialista está mais perdido do que cachorro em mudança. Prospecta até possibilidade de se converter num neocassolista em Rondônia, numa união com Valdir Vargas. São coisas ainda embaçadas, mas que vão clarear com as convenções que começam neste próximo final de semana.

A grande largada

A largada das convenções começa no próximo sábado, dia 20, com a homologação da candidata do MDB, a ex-juíza Euma Tourinho, na sede do diretório estadual em Porto Velho. Lideranças de todo o estado e convidados nacionais estarão presentes. Acredita-se nos meios políticos, que ela desponta como uma espécie de terceira via para os dois candidatos que polarizam o pleito, que são Mariana Carvalho (União Brasil) e Leo Moraes (Podemos). Nas minhas primeiras sondagens, ela atinge mais o eleitorado de Mariana, causando perdas a representante chapa branca no segmento feminino. Uma esfera onde a ex-juíza floresce mais por enquanto.

As dificuldades

Mesmo com tantos apoios anunciados e outros a serem anunciados como "surpresas", caso de Fernando Máximo, não se vê a candidata em condições de se eleger em turno único, como acreditam o prefeito Hildon Chaves, o governador Marcos Rocha, os magos da articulação dos partidos aliados. Mariana tem dificuldades perante o eleitorado evangélico, tem elevada taxa de rejeição já aferida em pesquisas, seu comportamento no episódio da rasteira em Fernando Máximo foi reprovada e verifiquei que nem todos os hildistas votam em Mariana, quase a metade dos devotos ao prefeito, considerado um novo Chiquilito, preferem Euma Tourinho ou Leo Moraes. Tudo isto pesa na balança para acontecer um pleito em dois turnos.

Bons motivos

Mas existem bons motivos para se votar em Mariana e que ela ao fim do primeiro turno desembarque na ponteira. Foi a deputada federal que mais destinou recursos para Porto Velho em todos os tempos e até a construção da nova rodoviária foi possível através das suas emendas parlamentares. Avenidas importantes foram urbanizadas por conta de suas emendas na capital. Lembrando ainda que ela foi uma baita vereadora, uma grande deputada federal. Tem passado limpo e sua eleição representa a continuidade da administração Hildon Chaves, o que considero um importante indicativo de boa governança.

Via Direta

***O aumento das taxas de navegação por conta da estiagem na região amazônica já afeta os negócios nas hidrovias, encarecendo o custo de transportes. Uma situação que preocupa os empresários ***A falta de água em Porto Velho tem sido uma constante desde junho e até a região central tem sido afetada. A incompetência da Caerd fica mais clara nos meses de verão *** Se a população de Porto Velho está assustada com o fechamento de lojas e pontos comerciais na região do centro histórico, não tem acompanhado o que está acontecendo na Zona Leste. Quadras inteiras em avenidas ligando a Vila Mariana ao Ulysses estão fechadas.


PUBLICIDADE
Postagens mais lidas de Carlos Sperança
Últimas postagens de Carlos Sperança