Açaí ameaçado

O açaí é um dos mais completos símbolos amazônicos. O fruto, além de seus valores nutritivos e amplas interações alimentares, é como se fosse uma espécie de pão de cada dia para a gente da floresta. Combinado com peixes e farinha de mandioca, por um lado, ou com diversas frutas e doces, como é mais conhecido fora da região, o açaí tem sido uma das mais evidentes vítimas das mudanças climáticas. A escassez do produto é apenas a face inicial e menos trágica do problema. O pior desastre - a extinção da palmeira - fatalmente virá se essa tendência não for corrigida.

A boa notícia é que melhorou expressivamente a visitação de turistas estrangeiros ao país. Na primeira metade deste ano eles gastaram aqui US$ 3,7 bilhões, valor recorde que supera o distante volume auferido com a Copa do Mundo de 2014.

Além de gastar mais dinheiro, eles também chegam em maior número: cerca de 10% mais que na primeira metade do ano passado e ainda mais que antes da Covid-19. A Amazônia é um dos mais poderosos ativos para a alavancagem do turismo nacional, embora ainda sofra percalços infraestruturais importantes. Atrair mais turistas para a região é meta essencial para qualquer plano de desenvolvimento amazônico, mas passa por preencher as lacunas estruturais que ainda restam e estancar o apocalipse climático, pois se o açaí desaparecer ele não vai morrer sozinho. Muita gente, plantas e animais serão varridos do mapa.

Novela dos debates

O último sábado, marcou o fim das convenções partidárias com a confirmação das candidaturas de Leo Moraes (Podemos) e Ricardo Frota (Novo) e os "contras", os candidatos oposicionistas, já tem o primeiro embate com a candidata chapa branca, Mariana Carvalho, favorita para chegar na ponteira no primeiro turno em Porto Velho. A oposição acredita que Mariana não vai comparecer aos debates e tem insinuado que até está influenciando as redes de televisão para que os confrontos não aconteçam. Garantem que não ocorrendo os confrontos, será acusada de "fujona", desrespeito ao eleitorado, num jogo de pressão já desencadeado.

Debates decisivos

A decisão de comparecer ou não aos debates é algo difícil para Mariana, porque na condição de favorita qualquer deslize poderia prejudicá-la no seu projeto de se eleger em turno único. Os candidatos oposicionistas na capital - principalmente Leo Moraes e Euma Tourinho que estão afiados - acreditam que as discussões serão decisivas para o eleitorado avaliar e escolher as melhores propostas para a próxima administração. Como favoritos para alcançar um previsível segundo turno, os grandes alvos das bordoadas nestes confrontos serão Mariana e Leo Moraes, ambos ex-deputados federais e já experientes nas pelejas.

Uma definição

A articulação dos chapas brancas estuda os prós e contras sobre a participação de Mariana nos debates. De um lado, já se sabe, que será alvo de pancadaria nos eventos televisivos, não comparecendo teria eventuais desgastes. Evidentemente a tese que lhe proporcionar menos prejuízos será vitoriosa. Lembrando que o outro favorito, Leo Moraes, também vai ser bombardeado, já que os oposicionistas vão entrar num processo de canibalismo para ver quem vai ao já previsível segundo turno. Leo confirma sua participação nos debates e caso Mariana catimbe o jogo e não compareça será o principal alvo dos demais antagonistas. Que vá de capacete e armadura, como eram os combatentes nas pelejas medievais!

Entrou no jogo

As primeiras sondagens internas do candidato Célio Lopes (PDT) que pilota a Frente Democrática de Rondônia, onde estão instalados também o PT, PV e PC do B, dão conta que ele entra no jogo pela disputa de uma vaga no acalentado segundo turnos das eleições na capital. Além do crescimento, fomentado pela fenomenal convenção da aliança, os magos da esquerda acreditam que ele pode alcançar 20 por cento das intenções de votos e com isto ratificar a passagem para o segundo turno. A militância dos partidos que integra a coalisão está entusiasmada com a campanha ainda mais com a adesão de Vinicius Miguel e o PSB, ampliando suas chances nesta reta de chegada.

Via Direta

*** A questão dos debate se tornou uma novela no pleito da capital, mas lembrando que na eleição ao governo do estado, quem venceu os debates não ganhou a eleição *** O senador Marcos Rogerio (PL) sapateou em cima do governador Marcos Rocha (União Brasil), venceu todos os embates, mas não ganhou a eleição *** Sob ataque furiosos, numa verdadeira pancadaria - e em algumas coisas Rogério até tinha razão como no caso do Heuro - Rocha se passou por vítima e aparentado ser meiguinho, acabou levando a melhor *** Vamos ver como será o bombardeio, nesta campanha, que acredito será dividido, entre Mariana e Leo Moraes nos debates e nos bastidores. É pau na moleira!