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A campanha pelo Prédio do Relógio começa para valer nos próximos dias

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Compensar e punir

Referência maior dos valores humanistas, o pastor Martin Luther King escreveu: "Hoje é sempre o dia certo de fazer as coisas certas, de maneira certa. Amanhã será tarde". Para o açaí e a castanha, dois dos mais interessantes produtos da biodiversidade amazônica, o descuido com a piora do clima no passado obriga a agir corretamente hoje, para que amanhã não seja tarde demais.

O relato alarmante de um produtor artesanal de açaí informando que sua produção caiu anualmente até chegar à metade da coleta obtida antes das recentes temporadas de seca deveria ser um sinal de alerta para o conjunto da economia regional, uma vez que todos os setores, mesmo aqueles que revelam expansão, na área de serviços, também apresentam narrativas de preocupação com os efeitos das secas em sequência.

As quedas nas produções de açaí e castanha são os sinais mais claros de que a relação entre clima e bioeconomia precisa ser avaliada sob todos os aspectos, dois dos quais ainda não são apresentados como equacionados nos âmbitos de debate: eficiência no combate aos crimes ambientais e a compensação aos produtores tradicionais pelos prejuízos da transição dos hábitos e práticas ambientalmente prejudiciais para ações sustentáveis. Compensar facilitará a transição dos produtores honestos para práticas adequadas. Eficiência e punição no combate ao crime são essenciais para reduzir as transgressões dos mal-intencionados.

Para valer!

A campanha pelo Prédio do Relógio, atual sede do Poder Executivo da capital, começa para valer nos próximos dias com a propaganda eleitoral gratuita nas emissoras de rádio e televisão e tudo mundo já está fazendo suas contas sobre as eleições de outubro. Hildistas, rochistas, carvalhistas, expeditistas, cristianistas, Rogeristas, e Bagatolistas projetam vitória da sua candidata Mariana Carvalho (União Brasil) em turno único. Nas contas deles, Mariana detém 51 por cento de intenções de votos. Na campanha de Leo Moraes (Podemos) que contou com o reforço do ex-prefeito Mauro Nazif (PSB), a conta é diferente, Mariana tem teto bem mais baixo, dá conta de que a eleição terá dois turnos e no segundo ele derrota a candidata chapa-branca.

Não batem

É de conhecimento geral, que a política não é uma ciência exata e que os institutos de pesquisas fazem missas encomendadas. Mas as contas atuais dos QGs dos candidatos a prefeitos de Porto Velho também não batem e são bem dispares. A Frente Democrática, por exemplo, que projeta a postulação do pedetista Célio Lopes, acredita que a coalizão crava 20 por cento dos votos e com este resultado se habilita para passar ao segundo turno, unir a oposição e faturar a cadeira de Hildão.

Clima de otimismo

 Como se vê, temos projeções otimistas de todos os lados, já que o MDB acena com uma escalada de Mana Euma, um nome considerado de grande potencial de crescimento neste pleito. Além disto, o MDB é detentor detentor de grandes viradas no estado, com os governadores Valdir Raupp e Confúcio Moura em disputas estaduais. No entanto, os emedebistas esquecem que tradicionalmente levam pau nas eleições a prefeito em Porto Velho. Depois de Jeronimo Santana eleito e Tomás Correia, que assumiu para o titular disputar o governo estadual em 1986, nunca mais o partido ganhou eleição na capital.

Minhas contas

Mas todo mundo fazendo suas contas e eu também me acho no direito de palpitar. E vou de pedra cantada: Acredito em eleição em dois turnos, com a candidata Mariana Carvalho (União Brasil) desembarcando no segundo turno com algo entre 37 a 40 por cento dos votos, mesmo com sua rejeição nos meios evangélicos e conservadores, compensada pelas maquinas de Hildão e Rochão e quem seguirá no segundo turno com ela, são outros quinhentos. Se o pleito fosse hoje, Leo Moraes, com possíveis 22 por cento dos votos, seria seu adversário, mas ele próprio reconhece que Mana Euma, Célio Lopes e os demais candidatos tem as suas chances.

Em resumo

O resumo da ópera é o seguinte: os chapas-brancas apostam que sua candidata Mariana terá algo em torno de 51 por cento dos votos e vencerá a peleja em turno único. Já, os oposicionistas têm a crença que ela tem teto de 37 por cento, que enfrentará o segundo turno e perderá a peleja para o candidato oposicionista que seguir em frente. Que tal, nem chapas- brancas, nem os "Contras", tipo nem eu nem você? Vamos somar as duas projeções e dividir por dois: Se forem somadas as projeções dos governistas com as da oposição daria 88 pontos, dividido por dois crava-se 44. Mesmo assim haveria segundo turno, mas com mais dificuldades para o candidato da oposição no enfrentamento com os chapas-brancas de Hildon, Rocha, M. Rogério, Bagatolli, Expedito e Carvalhos.

Via Direta

*** O Dnit teve o ano inteiro para tratar da dragagem do Rio Madeira entre Porto Velho e Manaus, mesmo sabendo que na estiagem a hidrovia com bancos de areia e pedrais causa transtornos no transporte de mercadorias e passageiros *** Agora o órgão pinta com ares de salvador da pátria, já na bacia das almas da estiagem acelerando os trabalhos. Antes tarde do que nunca É preciso melhorar o planejamento no Dnitt, não deixar as coisas chegar a este ponto *** O candidato Samuel Costa (Rede/PSOL) comemorou a visita da ministra Marina Silva em apoio para sua candidatura. Pura ingenuidade, a ministra em Rondônia é mais rejeitada que petistas *** Ocorre que nosso meio rural odeia os defensores do meio ambiente.

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