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Nas capitais segue a polarização entre bolsonaristas e petistas nas eleições municipais

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Verdadeiro patriota

O presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Ilan Goldfajn, apesar do nome exótico, não é um desconhecido para os brasileiros. Nasceu em Israel, onde passou a infância, mas aos 13 anos a família o trouxe ao Brasil, onde ele se formou em Economia e foi professor na PUC-RJ.

Como passou a maior parte de sua vida acadêmica e profissional nos EUA, até poderia ser um desconhecido para a maioria dos brasileiros não fosse por ter assumido a presidência do Banco Central do Brasil em 2016, chamado pelo ministro da Fazenda Henrique Meirelles, no governo-tampão de Michel Temer. Meirelles havia presidido o BC no primeiro governo Lula.

Goldfajn, por ser um cidadão do mundo, para quem a pátria poderia ser um conceito fluido e insignificante, por sua primeira formação no Brasil e por sua participação em diferentes governos do país em duas ocasiões de grande relevância manifestou seu amor ao Brasil, sua principal referência.

A primeira vez foi em 2021, quando assinou um manifesto de grandes personalidades da ciência e da cultura em favor da democracia então ameaçada no Brasil. A segunda, ao se colocar francamente a favor da preservação da Amazônia, como reafirmou recentemente, em entrevista à imprensa francesa. Nesse sentido, é reconfortante para os brasileiros saber que ele priorizou o programa Amazônia Sempre, felizmente gerido pelo BID.

Bolsonaro x Lula

Nas capitais segue a polarização entre bolsonaristas e petistas e o principal confronto ocorre em São Paulo, a cidade mais populosa do País. Em Rondônia, os segmentos estão divididos. A direita com Mariana Carvalho (União Brasil/PL), Leo Moraes (Podemos) e Mana Euma (MDB) e o pedetista Célio Lopes, aliado do PT, PC do B, Partido Verde e PSB, numa grande coalisão e Samuel Costa (Rede/PSol). Se constata que a direita está mais rachada e isto pode beneficiar os antagonistas em busca de uma vaga para o segundo turno.

Direita prevalece

Em Ji-Paraná, o segundo maior colégio eleitoral do estado a briga envolve bolsonaristas contra bolsonaristas. Não existe uma terceira via. O prefeito Isaú Fonseca (União Brasil) enfrenta o deputado estadual Afonso Cândido (PL), uma polarização já está em andamento. Uma terceira candidatura da direita, caso de Ari Saraiva (PP) foi retirada pelo ex-governador Ivo Cassol que anda fraquejando na capital da BR e na capital do estado. Na esquerda só tinha a postulação do ex-deputado federal Anselmo de Jesus (PT), que também desistiu da peleja.

Os ex- governadores

Chama atenção a decadência dos ex-governadores Ivo Cassol e Confúcio Moura (atual senador) no cenário estadual. Nos principais polos regionais do estado, em nenhum deles Ivo e Confúcio contam com candidatos favoritos. São os casos de Porto Velho, Ariquemes, Ji-Paraná, Cacoal e Vilhena. Ivo quer voltar ao pódio, ou seja, ao CPA em 2026, Confúcio projeta sua reeleição ao Senado, onde se firmou como um dos melhores parlamentares do País e o mais produtivo na captação de recursos e de obras para Rondônia. Ante novas lideranças surgindo, ambos vão gemer nas pelejas futuras.

Muita humilhação

Em política, aonde a maioria dos políticos são sem-vergonhas e caras-de=pau, também existe humilhação pesada. Imagine, cara-pálida leitor e preclaro aldeão internauta, você ser pisado e sapateado como uma barata pelos adversários, até humilhado, e se ver obrigado ainda apoiar estes adversários cruéis em eleições seguintes? Pois foi o que aconteceu com os senadores Marcos Rogério, Jaime Bagatoli e o deputado federal Coronel Chrisostomo (todos do PL). Foram obrigados pela cúpula dos irmãos bolsonaros a apoiar a candidatura em Porto Velho de Mariana Carvalho. Chegaram a taxar Mariana de comunista e agora engoliram tudo. Imaginem alguém violentado sem o direito de chiar...

A expectativa

A expectativa nos meios bolsonaristas é de que o ex-presidente Jair Bolsonaro venha a Porto Velho para apoiar a candidatura de Mariana Carvalho (União Brasil) apadrinhada pelo governador Marcos Rocha e pelo prefeito Hildon Chaves. Bolsonaro já veio no lançamento dos seus candidatos em Rio Branco e Manaus e passou por cima de Porto Velho o que já mostrou falta de prestigio do bolsonarismo local. Os "contras" insinuam que Bolsonaro não virá, porque sua principal base de apoio, os evangélicos, rejeitam muito o nome de Mariana, embora ela tenha apoio dos seus filhos, Flavio e Eduardo Bolsonaro. Mas na falta do capitão, serve Michele.

Via Direta

Uma das propostas exequíveis e necessárias para Porto Velho é da autoria do candidato Leo Moraes (Podemos) preconizando a instalação de uma guarda municipal armada. A capital rondoniense se ressente desta linha auxiliar na segurança pública que se transformou num caos nos últimos anos com as execuções das facções criminosas já ocorrendo em pleno centro da cidade.

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