Colunas | Carlos Sperança

Os institutos de pesquisas estão batendo cabeça em Porto Velho para uma aferição mais segura

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Acordados dormem

Dentre as ondas que viralizam na internet, a teoria da conspiração baseada em "wokes" se destacou nos últimos meses. Woke tem o sentido de despertar para uma realidade não percebida antes. Já quem se incomoda com a fúria com que os "acordados" bradam pelas verdades descobertas acha que os wokes fazem barulho e incomodam muita gente, mas depois silenciam repentinamente sem mudar nada. Na briga entre acordados e quem quer dormir criou-se uma teoria da conspiração: falar em woke ou antiwoke é jogar para baixo do tapete os problemas dos pobres e desempregados pela tecnologia.

Como a confirmar a ideia conservadora de que os wokes fazem muito barulho e depois silenciam sem que os problemas sejam resolvidos, a jornalista Berenice Leite, do canal Fator Político BR, destacou que a Amazônia está sofrendo o maior número de incêndios desde 2005 e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais registrou 22.634 focos de queimada desde o início do ano, mas as celebridades e ativistas estão em silêncio.

No governo Bolsonaro, aproveitando-se de que o chefe de governo preferia uma boa encrenca a uma pacificadora diplomacia, o ator Mark Ruffalo (Hulk, no cinema), engalfinhou-se em duelo verbal com o presidente por conta dos incêndios na Amazônia. Depois de tanto barulho, hoje a floresta queima sob o silêncio dos antigos wokes, que parecem ter recaído no sono.

Multidão de indecisos

Acompanhei durante a semana as atividades de um instituto de pesquisas nas suas aferições pela sua equipe de pesquisadores e foi concluído que temos uma eleição em aberto, que existe ainda uma multidão de indecisos para o pleito em Porto Velho em 6 de outubro. Também foi constatado o número elevado de eleitores que declararam que não vão comparecer às urnas para votar, optando por pagar a multa imposta pelo TRE, mostrando total descrédito com a classe política. Isto, caros aldeões, projeta uma baita abstenção em 2024. Todo cuidado é pouco com a revolta do povão com os políticos.

Os prejudicados

Acredito que nesta onda de abstenções os principais prejudicados são os postulantes Mariana Carvalho (União Brasil) e Leo Moraes (Podemos). Mari teria mais prejuízos nas zonas Leste (Tancredo, JKs, Mariana, São Francisco, Ulysses, Marcos Freire) e Leo nos bairros centrais (Olaria, Liberdade, São Cristóvão, São João Bosco, Pedrinhas, Areal). E importante salientar que as regiões mais populosas da capital estão localizadas nas Zonas Sul e Zona Leste, desbravadas em meados dos anos 80 por lideranças populares, como Raquel Cândido (Zona Sul) e Ernandes Indio que liderou as invasões na região do Esperança da Comunidade, na Zona Leste.

Batendo cabeça

Com tudo isto, os institutos de pesquisas estão batendo cabeça em Porto Velho para uma aferição mais segura. Porto Velho é uma miscelânea só. Temos comunidades aqui bem povoadas com influências oriundas de Ji-Paraná, Rolim de Moura, Guajará Mirim, Humaitá (AM), Vilhena, Rio Branco (AC). A Zona Sul, baseada em aldeões com mais tradições rondonienses, amazônicas (muitos paraenses) e nordestinas, a Zona Leste infestada de migrantes caras-pálidas paranaenses, mineiros, capixabas, gaúchos, catarinenses, mato-grossenses. Isso sem contar que a colonização de Porto Velho conta com 79 etnias diferentes e cada uma delas puxa a brasa para sua sardinha.

Grandes surpresas

 Com características tão heterogêneas, o eleitorado local tem causado dores de cabeças aos institutos de pesquisas, que até conseguem prospectar o momento dos candidatos nas campanhas eleitorais, jamais projetar os resultados mais a frente. Foi assim que tivemos as duas das maiores zebras da história política da capital rondoniense, que saíram do zero para se tornar prefeitos eleitos e reeleitos, casos de Roberto Sobrinho (PT) e o atual alcaide Hildon Chaves (PSDB). Não bastasse, também tivemos viradas causando choro e ranger de dentes, protagonizadas por Carlinhos Camurça e Mauro Nazif.

Baitas implosões

A história política de Porto Velho também mostra implosões de fantásticas coalizões, de grandes favoritos. Não querendo voduzar, mas já voduzando com estes retalhos da história política, quem, afinal, pilota a maior coalizão top das galáxias na capital neste momento? Quem é a grande favorita no pedaço? Quem está colocando no mesmo balaio, digo no mesmo palanque, o governador Marcos Rocha, o prefeito Hildon Chaves, o presidente da Assembleia Legislativa Marcelo Cruz, os senadores Marcos Rogério e Jaime Bagatolli, o ex-senador Expedito Junior, e mais o clã Bolsonaro? Mariana é a grande favorita.

Via Direta

*** A direção nacional do IBGE reconhece que no Rio de Janeiro e em Rondônia cometeu seus maiores equívocos no censo 2022, mas que estes erros são comuns no mundo inteiro, etc, etc *** Vamos ver se estas burradas que tanto causaram prejuízos aos nossos município serão revisados e oficialmente divulgados para reparar o que ocorreu *** A briga na cidade onde mais se elege prefeitos corruptos da história, que é em Candeias do Jamari, está muito feia. As encrencas se sucedem todo dia *** Numa cidade tão dividida politicamente, a educação e a saúde não funcionam e a coleta do lixo é um fiasco *** Temos eleições quentes também em Vilhena e Guajará-Mirim, cidades conturbadas politicamente.

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