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O Brasil registrou em maio de 2025 o menor superávit comercial para o mês nos últimos três anos. Segundo dados divulgados nesta quinta-feira (5) pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, o saldo positivo ficou em US$ 7,238 bilhões, uma queda de 12,8% em relação ao mesmo mês de 2024.
A balança comercial acumula, entre janeiro e maio, um superávit de US$ 24,432 bilhões, recuo de 30,6% em comparação ao mesmo período do ano passado. O resultado foi impactado por um déficit de US$ 471,6 milhões em fevereiro, causado pela importação de uma plataforma de petróleo.
Exportações estáveis e importações em alta
As exportações somaram US$ 30,156 bilhões, praticamente estáveis (-0,1%) em relação a maio de 2024, mas ainda assim o terceiro maior valor da série histórica para o mês. Já as importações cresceram 4,7%, totalizando US$ 22,918 bilhões, o segundo maior valor para maio desde o início da série.
Entre os destaques de queda nas exportações estão:
Por outro lado, produtos como carne bovina, café, celulose, veículos e ferro-gusa tiveram alta nas exportações e ajudaram a equilibrar o resultado.
Do lado das importações, houve aumento significativo na compra de:
Adubos e fertilizantes (+25,9%);
Veículos de passageiros, motores, máquinas e componentes automotivos.
Cenário internacional e projeções
O desempenho foi afetado pela queda nos preços das commodities, a aceleração da economia brasileira (que estimula mais importações) e pela desaceleração da economia chinesa. A guerra comercial com os Estados Unidos, sob o governo Trump, também começa a impactar preços e fluxos.
O governo prevê um superávit de US$ 70,2 bilhões em 2025, queda de 5,4% em relação a 2024. No entanto, essa estimativa deve ser revista em julho, com a inclusão dos impactos do tarifaço norte-americano e das possíveis retaliações chinesas. Já o mercado financeiro, segundo o boletim Focus, projeta superávit maior: US$ 75 bilhões até o fim do ano.
Karol Santos - Portal SGC