Polícia Civil confirma que adolescente autista morreu de fome após feminicídio da mãe

A Polícia Civil de Minas Gerais confirmou que o adolescente Bernardo Lucas de Araújo Ribeiro, de 13 anos, morreu de fome após permanecer cerca de oito dias trancado sozinho em um quarto, em Belo Horizonte. O menino era autista e totalmente dependente da mãe, Heddy Lamar de Araújo, de 44 anos, vítima de feminicídio em setembro de 2024. Segundo a corporação, as duas mortes estão diretamente ligadas.

As conclusões da investigação foram apresentadas durante coletiva de imprensa realizada nesta segunda-feira (22). De acordo com a Polícia Civil, o principal suspeito do feminicídio, Bruno Alexandre Ferreira, de 37 anos, foi preso preventivamente no último dia 18 de dezembro, no bairro São Benedito, em Santa Luzia, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

Conforme apurado, Heddy saiu do apartamento onde morava com o filho, no bairro Jardim Guanabara, região Norte da capital mineira, durante a madrugada, deixando o adolescente sozinho e com a porta do quarto trancada. Imagens de câmeras de segurança mostram que a mulher solicitou uma corrida por aplicativo e desembarcou em frente ao Hospital Risoleta Neves, onde teria se encontrado com o investigado, com quem mantinha um relacionamento amoroso havia cerca de dois anos.

Ainda segundo a Polícia Civil, Heddy foi levada até uma área descampada no bairro Nova York, em Vespasiano, onde o feminicídio teria sido cometido de forma premeditada. O laudo do Instituto Médico Legal apontou que a vítima morreu por asfixia, embora o corpo apresentasse perfurações provocadas por objeto cortante.

O suspeito nega a autoria do crime, mas, conforme informado pela polícia, apresentou versões contraditórias durante os interrogatórios. Após a identificação do corpo de Heddy, encontrado em Vespasiano, os policiais se deslocaram até o apartamento da vítima, onde localizaram o corpo do adolescente já sem vida. A causa da morte de Bernardo foi confirmada como inanição.

Bruno Alexandre Ferreira foi indiciado por feminicídio, pela morte de Heddy Lamar de Araújo, e por homicídio por omissão, no caso da morte do adolescente. As investigações seguem sob responsabilidade da Polícia Civil.

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