Rondônia

Caso de gravidez com gêmeas siamesas expõe falhas no atendimento em Buritis (RO)

A família enfrenta sérias dificuldades para garantir o atendimento necessário


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Foto: Reprodução

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Valdineia Satil Camargo Buiarski, de 23 anos, está grávida de 28 semanas (7 meses). Trata-se de sua primeira gestação, uma gravidez gemelar de duas meninas siamesas, unidas pelo tórax e abdômen. Desde a 10ª semana de gestação, quando o caso foi identificado, o acompanhamento deveria ter ocorrido mensalmente em Porto Velho, dada a complexidade e o alto risco envolvido. No entanto, houve um atraso significativo no início do acompanhamento adequado. Inicialmente, Valdineia foi encaminhada para Ariquemes, o que comprometeu o atendimento especializado que deveria ter sido realizado na capital. Até o momento, apenas uma consulta em um centro de alto risco foi realizada, quando o mínimo esperado seriam sete.

Já foi constatada a necessidade de transferência para outro estado, como Goiás ou São Paulo, onde há estrutura para realizar o parto e avaliar a possibilidade de separação das gêmeas siamesas. Além disso, uma das bebês foi diagnosticada com cardiopatia, o que agrava ainda mais os riscos do caso. O processo de encaminhamento encontra-se atrasado devido à dependência de um laudo médico a ser emitido pela ginecologista obstetra, que atende em Porto Velho. A próxima consulta está agendada para o dia 9 de janeiro, após as festividades de fim de ano, o que agrava ainda mais a situação devido ao avançado estágio da gestação.

Com as gêmeas já em posição cefálica, o risco de parto prematuro é elevado. O estado de Rondônia não dispõe de recursos para atender à complexidade desse caso, tampouco para realizar a separação das gêmeas ou garantir um parto seguro. O transporte para outro estado é inviável por vias terrestres, sendo necessário o uso de avião, o que exige planejamento e suporte médico adequado para evitar complicações durante o trajeto. A família enfrenta sérias dificuldades para garantir o atendimento necessário. A burocracia nos exames, o atraso no encaminhamento e a regulação ineficiente têm contribuído para a precariedade do acompanhamento. A primeira consulta com a atual médica foi conseguida por intermédio de terceiros, fora dos trâmites da regulação municipal.

Este relato busca dar visibilidade ao caso e sensibilizar as autoridades e a sociedade para que medidas urgentes sejam tomadas. Não se trata de acusar profissionais ou órgãos públicos, mas de evidenciar falhas no sistema de saúde que colocam em risco a vida da mãe e das bebês. O objetivo é assegurar o encaminhamento de Valdineia para um centro especializado, capaz de oferecer o suporte necessário e evitar desfechos trágicos para a mãe e as crianças.

Portal SGC


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