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O presidente da Marquise Ambiental, Hugo Nery, que representa a EcoRondônia, empresa responsável pela coleta de lixo em Porto Velho, falou com exclusividade ao Portal SGC nesta quinta-feira (16), sobre o impasse envolvendo o contrato de concessão do sistema de gestão de resíduos da capital.
Segundo Nery, a situação, que parece complexa, tem explicações simples e técnicas. Ele explicou que a EcoRondônia foi criada pela Marquise Ambiental para executar os serviços previstos no novo sistema de gestão de resíduos, desenvolvido pela administração municipal anterior.
O projeto, elaborado ainda em 2018, passou por licitação nos anos seguintes. "A prefeitura solicitou que as empresas apresentassem projetos de gestão de resíduos. O nosso foi o vencedor, após análise do conselho gestor da prefeitura, por ter maior aderência às necessidades do município", explicou.
A prefeitura contratou a FIP, instituição nacionalmente reconhecida por sua competência técnica, para validar o projeto e acompanhar o processo licitatório. Segundo Nery, a FIP trabalhou durante três anos em conjunto com o Tribunal de Contas do Estado (TCE), atendendo às recomendações do órgão e ajustando o projeto conforme solicitado.
"Todos os itens foram adequadamente executados e corrigidos dentro do que o Tribunal de Contas pediu. Depois disso, o processo foi liberado e seguiu suas quatro fases. Na terceira etapa, o Tribunal pediu a suspensão para novas análises, o que demorou cerca de um ano", explicou o presidente.
Diante da demora, a administração municipal recorreu à Justiça, que autorizou o prosseguimento da licitação. Com a decisão, a Marquise Ambiental venceu o pleito e iniciou as operações por meio da EcoRondônia.
Retomada dos serviços e desafios da operação
Hugo Nery destacou que o contrato envolve uma série de serviços, desde a coleta até o tratamento e a construção de um novo Centro de Tratamento de Resíduos, considerado uma evolução do antigo modelo de aterro sanitário.
"Esse projeto representa um salto de desenvolvimento. O lixo passa a ser transformado em matéria-prima, gerando novos produtos e benefícios para a cidade", afirmou.
O executivo ressaltou ainda a complexidade logística de Porto Velho, devido à sua grande extensão territorial e aos distritos distantes. "Poucas empresas têm capacidade técnica e financeira para executar um serviço de tamanha complexidade. O Baixo Madeira, por exemplo, nunca havia sido atendido em 40 anos, e hoje recebe o serviço, levando dignidade aos moradores", destacou.
Após o recente impasse e a tentativa de substituição da empresa, Nery afirmou que a coleta foi totalmente normalizada. "A cidade ficou em situação crítica durante a paralisação. Em apenas dois dias de atuação de outra empresa, o serviço entrou em colapso, e foram necessários oito dias de trabalho intenso para regularizar tudo", pontuou.
Audiência e expectativa de conciliação
Questionado sobre a audiência realizada recentemente, Nery avaliou a decisão da Justiça como positiva. "A Justiça agiu corretamente. O juiz abriu a possibilidade de conciliação entre as partes. Agora é hora de nos desarmarmos e buscarmos o diálogo em benefício da cidade. Esse é o único caminho possível", defendeu.
Para ele, o que falta no momento é um "diálogo produtivo" que permita o avanço das tratativas. "Não há por que falar em cancelamento do contrato. Podemos discutir revisões ou ajustes, inclusive de preço, se necessário. Estamos abertos ao diálogo e prontos para mostrar toda a transparência do processo", afirmou.
Mensagem à população
Encerrando a entrevista, o presidente da Marquise Ambiental reforçou o compromisso da empresa com Porto Velho.
"Estamos há 30 anos em Rondônia e queremos ficar pelo menos mais 30. A Marquise Ambiental é a terceira maior empresa do setor no país e atua há décadas em cidades como São Paulo, Fortaleza e Natal. Nosso objetivo é continuar prestando um serviço de qualidade, com respeito ao cidadão e responsabilidade com o meio ambiente", concluiu.
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