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A Declaração Universal dos Direitos Humanos completa mais um ano como marco civilizatório em 10 de dezembro. No entanto, entre o texto no papel e a vida real, persiste um abismo sentido por milhões de brasileiros. A data se torna um convite não apenas para celebrar, mas para encarar as violações que ainda são rotina.
O desabafo de José Alexandre, pessoa em situação de rua, expõe uma ferida social profunda e representa a face mais concreta da falta de garantias fundamentais. Sua voz, captada nas ruas, ecoa a pergunta que fica no ar: esses direitos são realmente garantidos para todos?
Enquanto isso, nas instituições, o trabalho busca transformar princípios como igualdade, dignidade e respeito em prática. Para Luiz Carlos Teodoro, presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB de Rondônia, o desafio mais urgente é claro. Ele aponta a necessidade de "pensar direitos humanos de uma forma prática", citando a realidade de hospitais, do sistema carcerário e de populações em situação de rua.
"Mas direitos humanos não são isso. São o nosso direito de vivermos bem, de termos paz, de termos a nossa integridade física, psicológica e moral respeitadas", afirmou Teodoro. Ele ressalta que qualquer violação, seja contra a vida, a liberdade ou a dignidade, é uma violação de direitos humanos e requer ação do Estado e da sociedade.
O especialista observa que muitos ainda veem os direitos humanos como uma pauta distante e abstrata. Torná-la tangível, segundo ele, é mostrar sua conexão direta com a qualidade da convivência social. "A partir do momento em que você viola a dignidade de uma pessoa, você está violando o conceito de humano", explicou.
Conscientizar sobre direitos humanos, portanto, é lembrar que todos fazem parte de uma mesma sociedade e que cada indivíduo merece ser tratado com humanidade. A reportagem reforça que promover direitos humanos é promover humanidade - uma construção coletiva que começa com o olhar para o próximo e a recusa à indiferença. A data de 10 de dezembro destaca que a mudança por uma sociedade mais justa e igualitária é urgente e depende da ação de todos.
Natália Figueiredo - Portal SGC