1.1- A quem interessa manter o garimpo na clandestinidade? I

Por todo o mundo, à exceção de países da África e aqui no Brasil, o garimpo de ouro, metais e/ou pedras preciosas é uma atividade estratégica, lucrativa, regular e lega. Garimpar é procurar, catar, escolher, buscar, mas aquilo que parece ser uma coisa de loucos tem procedimentos e um método que vem da análise criteriosa dos sítios auríferos e/ou de metais e pedras, dos investimentos em pesquisas para determinar a viabilidade econômica e da preparação de recursos para dar cabo da empreitada, inclusas a liberação da área, a licença para operar e é aqui que a porca torce o rabo. A outorga de pesquisa e lavra de minérios é de competência do órgão federal ligado ao Ministério de Minas e Energia, através do DNPM; a fiscalização ambiental é do IBAMA e vários órgãos estaduais. Detalhe: nas áreas indígenas ou protegidas, outros órgãos também atuam. Até aqui é só o garimpo de papel e como isso é tão difícil quanto manter os políticos e os ladrões longe de cofres e de órgãos que liberam verbas públicas como emendas parlamentares, etc., o garimpeiro "dá o pé" e vai garimpar na marra, aguentando toda sorte de humilhações, menores, porém, que aquelas por que passam traficantes de drogas e armas. E isso leva a...
1.2- A quem interessa manter o garimpo na clandestinidade? II

De um tempo para cá o crime organizado vem mudando e a lucrativa atividade do tráfico de drogas ampliou seus tentáculos para o mercado de armas, de mulheres, mercado financeiro, política partidária e como o garimpo estava bem ali na rota de entrega de cocaína pela floresta amazônica, conhecida área de garimpagem legal e ilegal, os malacos passaram a cooptar ou assumir o garimpo daqueles que não conseguiram ou sequer buscaram a outorga para a garimpagem. A expertise do crime chegou e se instalou vinda de várias partes do Brasil, das várias facções ou até criando outras para ocupar o lucrativo negócio praticando o ritual já conhecido de outras ações delituosas. Se reprimir o crime de drogas, armas, descaminhos e outros via fronteiras é difícil, imaginem nossas precárias estruturas operando para combater o garimpo. O que se vê são ações pontuais e o eterno desgaste entre o estado e garimpeiros. E aí destruir balsas e equipamentos ou atuar para regularizar a atividade como fazem os países desenvolvidos compradores por baixo do pano de nossas riquezas? Falamos de ouro e quase nunca de diamantes. E aí Brasil?
1.3- A quem interessa manter o garimpo na clandestinidade? III


Quem se der ao trabalho de folhear os vários livros da História do Brasil verá o que se conta sobre o Tratado de Tordesilhas e a função de desbravadores garimpeiros atrás do ouro e esmeraldas que acabaram por ampliar e consolidar as fronteiras da nossa pátria mãe gentil que porém é madrasta com os descendentes de heróis garimpeiros como Antônio Raposo Tavares, conhecido das expedições de captura de indígenas e pela exploração de território; Fernão Dias Paes Leme, o "Caçador de Esmeraldas", que liderou a ocupação de Minas Gerais; Bartolomeu Bueno da Silva (o Anhanguera), que descobriu o ouro em Goiás ou Manuel Borba Gato. Não faço ideia de quanto sai de ouro contrabandeado do Brasil ou mesmo de pedras e gemas e terras raras em vagões da Vale para a China, mas suponho que seja bem mais do que possamos imaginar. E o Brasil não fica nem com um cordãozinho de ouro em impostos. É claro que na pátria da corrupção geral, há alguém ganhando com isso. Basta seguir o rumo ou como dizem os gringos "follow money". É por aí.
1.4- Ah Sêo Valdemar... qual é pó seu Valdemar?


O Brasil não é para amadores, a vingança é um prato que se come frio ou ainda a primeira noite na cadeia a gente nunca esquece. Qualquer frase serve. Valdemar da Costa Neto amigo de amigos e inimigos - desde Lula a Bolsonaro - disse uma frase que deixou todos de orelha em pé: "Com o voto do ministro Fux ontem, que deu um show no STF, já tem gente me ligando do Rio de Janeiro para convidá-lo a ser candidato ao Senado pelo Rio. Eu quero dizer que temos esperança que esse pessoal entre na linha. O Fux deu uma verdadeira aula de direito." Valdemar é um político que jamais fala algo sem querer. Tudo é pensado e preparado antes de abrir a boca e a frase é emblemática. Ele pode estar de olho no previsível desgaste do STF e preparando alianças futuras para entrar com o pé direito no Rio de Janeiro com o nome mais que bem aprovado do Fux e não de outros envolvidos com a condenação do Bolsonaro. Pode ser mais paroquial, devolvendo o ódio guardado desde que Fux votou por sua prisão no Mensalão. Certo é que a esquerda em busca de uma narrativa para desancar o voto do Fux, montou no cavalo e arranjou um papo. Política às vezes não é só para entender e analisar. Uma boa jogada é para ser aplaudida mesmo que ocorra contra o próprio time. O Valdemar é craque.
1.5- Para não dizerem que não falei dele...

O ministro Alei Moraes, ordenou que os policiais penais que vivem 24 horas por dia na cola do Biroliro explique em 24 horas a razão pela qual o tal do ex-presidente Jair Bolsonaro não foi levado imediatamente ao condomínio Solar de Brasília, onde cumpre prisão domiciliar por decisão do Alei Moraes desde o dia 4 de agosto. O paciente, diria eu que um quase "de cujus" foi acompanhado de um cortejo de motocicletas e de carros, que lembraram uma motociata estilo Bozo, daquelas que o Lula detesta, ao Hospital DF Star para consultas e procedimentos. Ao final, após na porta do hospital ficou de pé, em silêncio por exatos 5 minutos e 4 segundos esperando que quase 100 apoiadores o aplaudissem e cantassem o hino nacional, e o incentivassem com palavras de ordem. Bolsonaro aguardou que o seu médico informasse ao público sobre as condições de saúde. Depois que o médico explicou ele se foi. Alei Moraes quer um relatório detalhado sobre a escolta, sobre o carro e sobre os agentes. Não sou médico, mas isso parece, já é ou está virando doença?
1.6-Fim de papo
Que coisa... Fim ou início de papo? O experiente Michel Temer foi direto, cirúrgico: "Nessas questões, não se deve pensar em questão eleitoral, deve se pensar no Brasil. Eu telefonaria para o Trump. O diálogo é fundamental. Você sabe que eu acho que ele atenderia o telefone. E se atende, começa um diálogo". Que coisa...
Léo Ladeia