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Eleições e alianças: As trincheiras políticas de Porto Velho

Confira a coluna


Estado de guerra

Há quase uma terceira guerra mundial se desenhando no hemisfério Norte como consequência do prolongamento excessivo do conflito na Ucrânia. O desenho pode se completar com uma reação agressiva da Otan ao recente acordo militar entre Rússia e Coreia do Norte.

No hemisfério do Sul também há uma guerra e ela envolve 28 milhões de guerreiros contra a destruição ambiental e a suavização do clima, a valer comparação feita por Mariano Cenamo, diretor de novos negócios no Idesam (Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia).

"A luta aqui é travada nas trincheiras e no front de batalha, geralmente sob um sol de 40 graus", escreveu ele em artigo no qual sustenta que a presença indígena em diversos espaços é essencial à conservação ambiental e ao bem-viver das populações. "A partir de Amazônia, o Brasil pode se tornar uma grande potência mundial", defende, "mas, por enquanto, somos apenas uma promessa e estamos atuando para mudar isso".

É o caso, pois, de reforçar o exército de combatentes unindo à luta pesquisadores, empreendedores, filantropos, líderes sociais, banqueiros, investidores, ONGs e políticos interessados na Amazônia. As armas devem ser as novas tecnologias, a inovação, o financiamento público e privado, a bioeconomia e a geração de receita a partir da conservação da floresta.

Para motivação

Enquanto a campanha 2024 não esquenta, os pré-candidatos à prefeitura de Porto Velho seguem fazendo pequenas reuniões em suas casas, até como forma de economizar. Com café da manhã como atrativo, as reuniões servem para motivar a militância e os candidatos a vereança das chapas em coalizão. Neste particular, a candidata do MDB Euma Tourinho, opta como diretriz as suas reuniões no diretório do partido o que considero canal mais apropriado para a encontros políticos, portanto acertada a decisão do presidente do diretório municipal Williames Pimentel.

Pesquisas fajutas

Começou a temporada de pesquisas fajutas mesmo antes das convenções partidárias que serão iniciadas em julho para a homologação das candidaturas a prefeitos, vices e vereadores. O problema é que quando um político com interesse no pleito lança pesquisa fria, vem logo outros projetando umas três mais fajutas ainda em seguida e a coisa se espicha numa disputa inconsequente de números manipulados. Nas reviravoltas ocorridas em Porto Velho nenhum instituto conseguiu acompanhar jornadas vitoriosas, já que se dedicavam a missas encomendadas.

Clãs em guerra

Como naquelas guerras medievais, onde clãs se digladiavam, os agrupamentos políticos rondonienses se preparam para entrar em pelejas eleitorais em Rondônia. O clã Cassol, com interesses nas disputas em Rolim de Moura, sede da família. O clã Donadon voltado a se reabilitar em Vilhena e estender seus domínios a Colorado do Oeste, onde já predominou certo tempo. O clã dos Muletas em Jaru, aposta na sua recuperação em toda a bacia leiteira, depois perdido o domínio feudal para Joãozinho Gonçalves. Haja clãs formados e tantos outros em formação.

Pulando cirandinha

Em Porto Velho, os clãs Chaves e Carvalho estão unidos pela eleição da ex-deputada federal Mariana Carvalho (União Brasil), pilotando uma constelação de partidos, como Republicanos (que os Carvalhos se adonaram), o PSD de Expedito Junior, o PSDB de Fabricio Jurado, ligado ao clã dos Chaves e deve integrar o agrupamento no mesmo palanque o PL dos senadores Marcos Rogerio e Jaime Bagatoli e o deputado federal Coronel Crisostomo. Todos pulando cirandinha no mesmo palanque. Dizem que muitos tigres no mesmo capão dá confusão. Não é o caso?

Projeções equivocadas

Se tem coisa dado errado na prefeitura de Porto Velho são suas projeções de inaugurações de obras importantes. Tem tudo a ver com as empreiteiras contratadas que não cumprem contratos. Primeiro foi o caso da Amazon Forte nas reformas da estação da estrada de ferro Madeira Mamoré, com vários eventos postergados e até hoje a obra não está concluída, mas já em funcionamento. Agora o problema é com a Madecon, dona de contratos vultuosos de pavimentação em Porto Velho, que pede revisão de valores e mais prazo para concluir a estação rodoviária. Aqueles denominados como os "contras" tinham razão quando falavam de empreiteiras sujas nestas bandas, duvidando dos prazos anunciados...

Via Direta

* Como já foi divulgado, com a possível queda do deputado federal Eurípedes Lebrão, com base no Vale do Guaporé, pode ascender ao cargo o vereador Rafael Fera, pré-candidato a prefeito em Ariquemes * Fera é um osso duro de roer, como era o ex-senador e ex-prefeito Ernandes Amorim nas décadas passadas, hoje mais pacífico, tentando voltar ao cenário político no Vale do Jamari onde foi dominante * Amorim, que foi um grande de defensor dos pobres e oprimidos parceleiros e garimpeiros nos anos 90 atualmente é um próspero fazendeiro no Vale do Jamari e sonha em voltar ao Paço Municipal de Ariquemes com uma vitória na eleição de outubro.

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