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Trama golpista: Zanin antecipa julgamento que pode tornar Silvinei réu

Primeira Turma do STF julgará denúncia contra o núcleo 2, composto por 6 pessoas que, segundo a PGR, coordenariam ações para o suposto golpe


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Trama golpista: Zanin antecipa julgamento que pode tornar Silvinei réu

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O ministro Cristiano Zanin, presidente da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), antecipou em uma semana a análise da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o núcleo 2 dos envolvidos na suposta tentativa de golpe de Estado.

De acordo com a denúncia, integram esse núcleo:

Silvinei Vasques - ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) na gestão de Bolsonaro;

Fernando de Sousa Oliveira - ex-secretário-adjunto da Secretaria de Segurança Pública do DF;

Filipe Garcia Martins Pereira - ex-assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência;

Marcelo Costa Câmara - coronel do Exército e ex-assessor de Bolsonaro;

Marília Ferreira de Alencar - delegada da Polícia Federal e ex-subsecretária de Segurança Pública da Distrito Federal; e

Mário Fernandes - general da reserva do Exército e kid preto.

A análise do material apresentado pela PGR estava prevista para os dias 29 e 30 de abril, mas agora será realizada nos dias 22 e 23 do mesmo mês. Zanin determinou três sessões para o julgamento: às 9h30 e às 14h do dia 22; e às 9h30 do dia 23.

A PGR acusa os integrantes do grupo de ocuparem posições estratégicas para coordenar ações que viabilizariam a tentativa de golpe de Estado. Segundo a denúncia apresentada pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, Vasques, Marília e Fernando foram responsáveis por comandar o uso das forças policiais para sustentar a permanência ilegítima do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no poder.

Pela denúncia, Mário Fernandes ficou responsável por coordenar as ações de monitoramento e neutralização de autoridades públicas, em conjunto com Marcelo Câmara, além de realizar a interlocução com as lideranças populares ligadas ao 8 de Janeiro. Filipe Martins seria o responsável por auxiliar o ex-presidente com o projeto para decretar estado de sítio no país.

Eles foram denunciados pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União, com considerável prejuízo, além de deterioração de patrimônio tombado e concurso material.

Julgamento da denúncia da PGR:

Núcleo 1 - Denúncia aceita;

Núcleo 2 - 22 e 23 de abril;

Núcleo 3 - 20 e 21 de maio;

Núcleo 4 - 6 e 7 de maio.

Núcleo 1

Com o aceite da denúncia do núcleo 1, a partir de agora, Bolsonaro e seus aliados— militares e ex-ministros — passam a responder criminalmente. As defesas poderão arrolar testemunhas para depor a favor dos denunciados, sendo permitido até oito nomes por crime imputado. Ou seja, como Bolsonaro e os demais respondem por cinco crimes, eles poderão indicar até 40 testemunhas.

Conforme prevê o Código Penal, os réus terão garantias legais, incluindo o direito à ampla defesa. Todos serão parte de uma ação penal que deve ser formalizada no sistema interno do STF nos próximos dias — o processo não tramitará sob sigilo.

Bolsonaro será citado para apresentar sua primeira defesa em resposta à acusação. Ele deverá ser intimado em endereços vinculados a ele, como a residência no Jardim Botânico ou a sede do Partido Liberal, em Brasília.

Crimes imputados contra Bolsonaro e mais 7 réus:

Organização criminosa armada;

Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito;

Golpe de Estado;

Dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União, com considerável prejuízo para a vítima; e

Deterioração de patrimônio tombado.


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